Pacientes com câncer exigem da
presidente Dilma tratamento para continuar a viver
Após denúncia feita à presidente Dilma Roussef, entidade formada por pacientes com mieloma múltiplo aguarda ansiosa por resposta e ação efetiva do Ministério da Saúde
O grupo Direito de Viver – A Saga dos Pacientes com Mieloma Múltiplo, liderado pelo aposentado Raimundo Bruzzi vem apostando na internet e no lado humanitário da principal líder do País para conseguir tratamento digno contra câncer do sangue. Criados há pouco mais de uma semana, o Facebook e o Blog da entidade contam com acessos que crescem em progressão geométrica. São pacientes, familiares e amigos engajados na batalha em busca de medicamento e no enfrentamento a um órgão público que, por princípio, deveria ter o papel de defendê-los.
Em
carta para aberta à presidente Dilma Russef, publicada na página do grupo
http://wwwasagadospacientesmm.blogspot.com.br/ mas ainda sem resposta,
Bruzzi ressalta a inoperância, omissão e o descaso da ANVISA - Agência Nacional
de Vigilância Sanitária. Isso porque o mieloma múltiplo, câncer da medula óssea
é uma doença incurável, porém passível de controle graças à lenalidomida, droga
que confere aos pacientes sobrevida e qualidade de vida. Apesar de aprovada em
mais de 75 países, dos inúmeros estudos clínicos ao redor do mundo, de se
contar com o aval do Food and Drug Administration (FDA), nos EUA, e
da European Medicines Agency (EMA), o registro da droga está emperrado na
ANVISA há mais de quatro anos.
“No
Brasil, mais de cem médicos estão acompanhando os resultados dos internacionais
sobre a eficácia do tratamento com lenalidomida sob rigorosa observância dos
protocolos oficiais - reguladores de novos medicamentos. Todavia, a ANVISA se
recusa em aceitar esses estudos, impedindo assim o acesso dos Portadores de
Mieloma Múltiplo à droga e, consequentemente, que lhes seja assegurado pelo
menos um pouco mais de vida”, enfatiza Bruzzi.
Diante
da conduta da ANVISA a droga tem sido adquirida pelos doentes por vias
judiciais. Sofre ainda mais quem não tem acesso a bons advogados ou com tempo
insuficiente para esperar, como o paciente ressalta na carta à presidente
Dilma. “Diferente de seu caso (Dilma Roussef) e do ex-Presidente Lula da
Silva, que conseguiram diagnósticos em menos de 24 horas e equipes
multidisciplinares com dedicação exclusiva para ambos, os portadores de Mieloma
Múltiplo têm sorte adversa. Morrem por falta de diagnóstico, morrem por falta de
médicos que lhes assistam, morrem pela mais abjeta omissão de socorro. Morrem
por falta de medicamento. Morrem!”
No
final, Bruzzi apela para o lado humanitário da líder máxima da nação: “Dizem
que, após um câncer, a pessoa se torna mais humana, elabora uma elevação de
seus valores, cresce como gente, queira Deus assim tenha se dado com a senhora,
pois nesta esperança reside nossa certeza de que atitudes imediatas sejam
tomadas em prol dos Portadores de mieloma múltiplo, é nossa Fé. Queira Deus,
Presidenta, queira Deus que assim seja!
O
que é o mieloma
O
mieloma múltiplo (MM) é a 2ª doença oncohematológica em incidência no mundo.
Segundo a Fundação Internacional do Mieloma (IMF, em inglês), há mais de 700
mil novos casos por ano. Só nos Estados Unidos surgem 21 mil casos por ano. No
Brasil, não há estatísticas exatas, mas segundo Dr. Angelo Maiolino, professor
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), presidente da Associação
Ítalo-Brasileira de Hematologia e diretor da Associação Brasileira de Hematologia,
Hemoterapia e Terapia Celular(ABHH), surgem 10 mil novos casos/ano. são
cerca de 30 mil pacientes em tratamento no Brasil, sendo que 80% deles têm mais
de 60 anos de idade. Com o envelhecimento da população dentro e fora do País o
número deve crescer.
Mudança
de paradigma
A
lenalidomida que mudou no mundo a realidade do mieloma múltiplo e da síndrome
mielodisplásica (SMD) aguarda há mais de quatro anos a liberação na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Já é usada em mais de 75 países e
aprovada desde 2006 pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados
Unidos. “Enquanto novas drogas são testadas, os pacientes brasileiros não têm
acesso àquelas já consagradas para o tratamento deste câncer no resto do
mundo”, explica Maiolino. A falta da aprovação coloca em risco quem sofre de
doenças como o mieloma e a mielodisplasia, alerta o médico. “A lenalidomida é
uma opção insubstituível, principalmente após uma recaída. Sem essa alternativa
terapêutica você tira a chance do paciente viver mais e melhor”, diz o
especialista.
Além
de agir diretamente na doença, o médico destaca outros benefícios para o
paciente que usa a lenalidomida: não provoca dormência em mãos e pés, com muito
menos constipação, sonolência e fadiga. O uso é oral, ou seja, não é necessário
ir até a clínica ou hospital para ser medicado. O Dr. Maiolino comenta ainda
que “não existe a menor dúvida de que as novas drogas como bortezomibe e
lenalidomida mudaram a realidade do mieloma múltiplo no mundo“.
Durante
a 4ª edição do Highlights of ASH in Latin America, evento que reuniu em maio
hematologistas brasileiros, latino-americanos e norte-americanos em Foz do
Iguaçu (PR), também lamentou e contestou a lentidão da ANVISA.
“Enquanto
o transplante de medula óssea continua a ser um elemento chave no tratamento da
doença, novas drogas como a lenalidomida e o bortezomibe permitem cuidar do
paciente de uma forma muito mais eficaz. A lenalidomida é a segunda na classe
dos agentes que são chamados IMiDs, medicamentos imunomoduladores”, explicou na
ocasião Dr. Rafael Fonseca, professor associado e chefe do Departamento de
Medicina Interna da Escola de Medicina da Clinica Mayo (Arizona/EUA). E
completou: “Trata-se de um análogo da talidomida, porém muito mais efetivo, com
taxas elevadas de respostas e baixas taxas de neuropatia periférica. O
futuro é promissor para os pacientes de mieloma, embora a doença
permaneça incurável”.
RS
Press (11) 3868-2505 / (11) 3672-4197
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mais de 10 anos. Sua redação é formada por jornalistas experientes com
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JÁ TIVEMOS DUAS ENTREVISTAS, VIA TELEFONE E AO VIVO:
ResponderExcluirONTEM - RADIO GLOBO
HOJE - RADIO JUNDIAI
FORAM OTIMAS E JÁ ESTÃO DANDO RESULTADOS. NOSSO CRESCIMENTO ESTÁ ACELERANDO.
A LUTA CONTINUA.
A lentidão da Anvisa é inexplicável não apenas nesse caso, como em outros que ocorrem no país. Vamos torcer para que o governo opte para uma solução rápida. Enfim, nem todo mundo pode se tornar um presidente para receber um tratamento de primeira linha. Uma triste realidade.
ResponderExcluirLaercio Arruda, é este o motivo que nos levou a criar este movimento e é por isto que precisamos de muitas pessoas acessando nosso Blog para aumentar nosso "cacife" na pressão junto a ANVISA.
ResponderExcluirA LUTA CONTINUA.
Obrigado