DEMORA NA ANVISA PARA APROVAÇÃO DE
MEDICAMENTO PARA CÂNCER FAVORECE MERCADO NEGRO NO BRASIL
Em
encontro promovido pela IMF (International Myeloma Foundation – Latin America),
entidade que representa pacientes de mieloma múltiplo, doença sanguínea que afeta
quatro vezes mais pessoas que a leucemia, foi discutido o sério risco provocado
pela demora na aprovação de medicamento que aumenta a qualidade de vida e
sobrevida de pacientes, e já está aprovado por mais de 80 países, menos no
Brasil.
A
maior polêmica de hoje para os afetados pela doença foi levantada no evento,
quando um dos pacientes presentes citou a comercialização de remédios similares
pela internet sem os devidos estudos de bioequivalência que comprovam sua
eficácia. O aposentado Raimundo Bruzzi (62) citou um remédio indiano, que foi
sugerido para ele após entrar com pedido na justiça para tratamento enquanto
aguarda aprovação do medicamento original. “Minha médica receitou o Revlimid,
mas tentaram trocar pelo indiano, que é mais fácil do que comprar qualquer
coisa no Mercado Livre. É vendido pela internet para um tratamento sério como
do mieloma, sem segurança alguma”, desabafou Bruzzi.
O
médico hematologista Angelo Maiolino explica que o Brasil tem testes de
bioequivalência para medicamentos genéricos comparados aos mais avançados
países no mundo. “A questão é que é preciso aprovar o medicamento de marca e fazer os
estudos comparativos para atestar a segurança para os pacientes, o que não
acontece com esse medicamento livremente vendido através de canal tão acessado
como a internet”.
Entendendo melhor sobre a doença e o
porquê da polêmica
O
Mieloma Múltiplo é a segunda doença mais frequente entre os cânceres de sangue
e é causado pelo crescimento descontrolado de células plasmáticas, atacando e
destruindo o osso. Embora os idosos sejam os mais atingidos, muitas pessoas
jovens também contraem a doença.
Dra.
Vania Hungria, médica hematologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
e presidente do Conselho Cientifico da IMF Latin America, mostrou estudos
clínicos de novas drogas para que o tratamento de mieloma seja melhor e mais
aceitável pelos pacientes. “É um prazer saber que o tratamento de
mieloma está evoluindo, mas é um desprazer enorme ver medicamentos cada vez
mais eficazes para doença lá fora e não estarem aprovados no Brasil”, diz
a especialista.
Uma
das drogas que ela se refere e que se destaca no tratamento do mieloma é a
lenalidomida, comercializado como Revlimid, citado por Buzzi. Este medicamento
é um agente imunomodulador, ou seja, um medicamento que pode modificar ou
regular o funcionamento do sistema imune, melhorando a sobrevida e a qualidade
de vida dos pacientes. Estes agentes tem apresentado múltiplas ações, incluindo
atividades anticancerosas e anti-inflamatórias.
Bruzzi
elencou toda sua luta para conseguir o remédio receitado. “Tomei outros medicamentos
normalmente usados por aqui, mas não consegui aguentar os efeitos colaterais
por muito tempo. Já o indiano eu recusei a tomar mesmo. Isso é um absurdo com
todos nós que pagamos impostos. Não posso aceitar um remédio que não comprova
nenhuma segurança para minha integridade física”, afirmou.
A
Dra. Vânia Hungria explicou que a lenalidomida é mais eficaz, menos tóxico e
mais seguro que os outros medicamentos para o tratamento do mieloma. “O
paciente tolera muito mais o medicamento e responde muito melhor ao tratamento,
pois consegue dar continuidade com uma melhor qualidade de vida”, falou a
especialista.
O
Revlimid já foi aprovado pela EMEA (Agência Europeia de Medicamento) na Europa,
e pelo FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos. No Brasil, os
pacientes aguardam a liberação do medicamento. A luta da IMF e da ABHH
(Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia), que apoiou o evento, é
para que estes novos medicamentos, como a lenalidomida, sejam aprovados
rapidamente no Brasil. “Todo o mundo já usa com facilidade e nós ainda temos
que passar por tanta dificuldade para conseguir um tratamento para os
brasileiros que precisam do remédio”, afirmou Christine Battistini, presidente
da IMF no Brasil. “Pouco se fala sobre mieloma, mas é uma doença muito comum. Ele é raro
até bater na sua porta, mas quando bate e atinge alguém da sua família, você
quer o melhor”, finalizou.
Sobre a IMF
Enquanto
não existe cura conhecida para o mieloma, médicos tem muitas formas de ajudar
os pacientes com mieloma a viver mais e melhor. A International Myeloma
Foundation -IMF foi fundada em 1990 por Brian e Susie Novis logo após o
diagnóstico do mieloma de Brian aos 33 anos de idade. Hoje a IMF possui mais de
185.000 membros em todo o mundo.
A
IMF LATIN AMERICA foi fundada em 2004 por Christine Jerez Telles Battistini,
filha de uma paciente que, por oito anos, travou dura luta contra a doença, e
Dra. Vânia Tietsche de Moraes Hungria, médica hematologista, Professora Adjunta
da Disciplina de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e membro do Conselho Científico da
International Myeloma Foundation desde 1998.
É
a IMF Latin América quem traz aos pacientes e à comunidade médica da America
Latina os mesmos serviços hoje disponíveis nos Estados Unidos, Europa e Japão,
como Seminários para Pacientes & Familiares e Conferências clínicas e
científicas para médicos.
Será que se o mieloma múltiplo acometesse um filho, ou outro familiar do Presidente da ANVISA, ele negaria o registro do medicamento?
ResponderExcluirCom certeza não!
Lutem, briguem, Vocês merecem e tem o Direito de Viver.
Valentina
Faço minhas as palavras da Valentina. Estamos com vocês,
ResponderExcluirEliana
E acrescento ao que já disse: agem como se
ResponderExcluiradoecer fosse problema só dos outros.
Que pensem, reflitam, não comprem problemas para si mesmos.
Porque o que fazemos não fica sem resposta da Vida, seja para o bem, seja para o mal.
Questão de escolha.
Lutem, mas saibam sempre: vocês estão do melhor lado.
Mil vezes sofrer a fazer sofrer.
Tenho pena dos incautos.
Não sabem mesmo o que fazem.
Eliana Crivellari
É isto : este "farmaceútizinho"", quer saber mais que renomados hematologistas, despreza estudos sérios, protocolos legais, nega aos P. de MM o direito a Vida. Deveria ser severamente punido, mas duvido: é parte da máfia do ABC.
ResponderExcluirSe com ele, ou aparentados, não só aprovaria o farmaco em questão, como tb. usaria nosso dinheiro para importar.É mmebro da Camarilha que governa este País sem rédeas, sem rumos. E Dilma ainda inventa o tal de Brasil carinhoso, para dar 70,00 por cabeça para os miseráveis , que farão é mais filhos pata ter acesso a esta esmola, enquanto isto o caminho da Saúde continua sendo TOGADO- JUSTIÇA, pq. o SUS :MATA!
Força, não esmoreçam!
Livia Abdala
Eu gostaria muito e ficaar frente a frente com esse Sr.Diretor da ANVISA.
ResponderExcluirFrancisca Bruzzi
Eu tb. Francisca. Eu tb. Consegui o endereço dele, posso não ver sua cara cretina, mas ela verá a minha, vou escrever uma Carta para o dito.Força e Fé!anamerij
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