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terça-feira, 10 de julho de 2012

Entendo os procedimentos do TMO



O que é Transplante de Medula Óssea (TMO)?




O Transplante de Medula Óssea é o procedimento terapêutico através do qual se realiza a infusão venosa de células progenitoras, ou “células-tronco”, do tecido hematopoiético, com a finalidade de restabelecer a função medular de produção dos componentes celulares do sangue, após situações clínicas caracterizadas pela disfunção da mesma, seja causada por doenças congênitas ou adquiridas (Anemia de Fanconi ou Anemia Aplásica), seja ela decorrente de um câncer (Leucemias e Linfomas).

Uma vez realizada a infusão, as células progenitoras do sistema hematopoiético farão o repovoamento medular. Tais células se caracterizam por possuir, em sua superfície, uma molécula protéica chamada CD34 e podem ser obtidas basicamente de duas fontes: células diretamente aspiradas da medula óssea ou células mobilizadas do compartimento medular para o sangue periférico.

O procedimento do transplante de medula óssea compreende as seguintes fases:

Coleta da medula óssea ou células-tronco periféricas




A coleta pode ser realizada por meio de intervenção cirúrgica na qual a medula do doador é extraída diretamente dos ossos ilíacos (um dos ossos que constituem a cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia), ou por meio da coleta do sangue periférico num processo automatizado chamado aférese de células mononucleadas.

A cirurgia para extração da medula caracteriza-se pela introdução de uma agulha especial na crista ilíaca posterior, o que permite aspirar a medula. São feitas várias punções (introduções da agulha) com o objetivo de se coletar entre 10 e 15ml de medula óssea por Kg de peso do receptor, em um número superior ao equivalente a 200 milhões de células nucleadas por Kg de peso do receptor. O material coletado é armazenado em recipientes contendo um meio de cultura especial e um anticoagulante, o que permite congelá-lo por cerca de 10 anos. A cirurgia é feita com o doador deitado “de bruços” e sob anestesia geral ou raquimedular. Sua duração é de cerca de 90 minutos. A recuperação é rápida e o doador recebe alta após 48 a 72 horas da internação .Veja  ilustração:
[Esquema representativo da punção na crista ilíaca posterior]



Já na coleta através do sangue periférico, é dado ao doador um medicamento (fator de crescimento hematopoiético) que faz com que as células-tronco da medula óssea proliferem e saiam do compartimento medular e circulem no sangue periférico, de onde são coletadas através da leucoaférese, ou aférese de células mononucleadas. Neste processo, o sangue do doador é coletado, através de uma máquina especial, e centrifugado, de modo que há separação das suas várias frações constituintes (plasma, plaquetas, leucócitos e hemácias). A fração desejada (leucócitos) é então extraída, enquanto o restante do sangue é devolvido ao doador.



Nos casos em que não é feita a infusão das células-tronco logo em seguida ao procedimento da coleta, ao material coletado adiciona-se uma substância crioprotetora, que impede o dano às células pelas baixas temperaturas, e a medula é congelada (entre -80 e -180 graus Celsius).

Coleta de Sangue de Cordão Umbilical



Outra opção para se obter células para o TMO é o sangue de cordão umbilical. No parto, após o nascimento da criança ocorre a saída da placenta, que é levada ao laboratório. Um vaso específico da placenta é então puncionado e o sangue de cordão é coletado. O sangue de cordão coletado é então congelado. Caso se ache um receptor será então utilizado como fonte de células progenitoras para TMO.



Condicionamento



A quimioterapia em altas doses, associada ou não com a radioterapia, administradas previamente à infusão da medula óssea, têm como objetivos a “erradicação da medula doente” e a “erradicação do sistema imune” do receptor, para que as células do doador sejam aceitas, e a “liberação de espaço” para a nova medula. Existem vários regimes de condicionamento e a toxicidade relacionada a esses condicionamentos varia de acordo com a combinação de drogas utilizada.

Infusão


Assim como em uma transfusão de sangue, as células coletadas da medula ou do sangue periférico são infundidas por uma veia do receptor. Esta infusão geralmente requer alguns minutos, e o receptor fica sobre monitorização constante dos sinais vitais (presença de febre, queda na pressão arterial, alterações no batimento cardíaco ou diminuição da freqüência respiratória). Geralmente, não ocorrem efeitos colaterais sérios resultantes da infusão, porém algumas vezes eles aparecem, como aqueles resultantes de reações do receptor ao agente de crioproteção que foi utilizado no congelamento das células. Entretanto, é possível tratá-los e completar a infusão.

Quais as etapas do TMO?

É composto por 4 fases: Condicionamento, Infusão, Aplasia e Recuperação Medular. No Condicionamento, o paciente é submetido a um tratamento que destrói a própria medula. Então é feita a Infusão das células progenitoras na corrente sanguínea, como se fosse uma transfusão de sangue. As células infundidas vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolverão. Mas enquanto elas não são capazes de produzir as hemácias, leucócitos e plaquetas, o paciente fica em Aplasia, que é um período onde se encontra mais exposto a infecções e hemorragias. Na Recuperação Medular, a nova medula já é capaz de produzir hemácias, leucócitos e plaquetas, garantindo o progressivo retorno das funções do sangue.

Quais os efeitos indesejáveis mais comuns durante o TMO?

A boa evolução depende do estágio da doença, estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas e do doador ideal (no caso de alogênico). Os principais estão relacionados com os quimioterápicos usados no tratamento e com o período de Aplasia, onde o paciente fica mais suscetível às infecções. Portanto, dores pelo corpo, inflamação e lesões na cavidade oral, febre, náusea, vômito, falta de apetite e diarréia são bem freqüentes.

Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova “memória” e, por serem células de defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação é chamada de Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro.

Quando o paciente recebe alta?

A alta só é possível quando a medula óssea estiver funcionando adequadamente, ou seja, produzindo o suficiente para proteção contra infecções e hemorragias.

Quais os principais cuidados durante o tratamento?

Restrição de visitas, procurando não entrar em contato com pessoas doentes ou crianças que freqüentam creches e escolas, ou que foram vacinadas recentemente;

Lavagem das mãos pelo paciente e acompanhantes, principalmente ao manipular alimentos, após usar o sanitário e na entrada e saída do quarto durante o período de   internação;

Evitar o contato com animais e plantas;

Realizar rigorosa e freqüente higiene oral, atentando para lesões orais e utilizando escova com cerdas macias;

Alimentação cuidadosa, evitando crus, mal-cozidos e de procedência duvidosa. Durante a internação, nunca utilizar alimentos que não são servidos pelo hospital.

Cuidados com o cateter venoso central.


Fonte: Universidade Federal de São Paulo -Escola Paulista de Medicina

Vídeos Informativos: 




       

3 comentários:

  1. Excelente matéria. Obrigado.

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  2. EXCELENTE !
    Que Vocês consigam vencer esta luta.
    Maria Zélia Baeta-BH

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  3. Estou com uma irmã com este diagnóstico que desistiu do tratamento,quanto sofrimento para as família.

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