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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ainda não existe cura, mas novos tratamentos estão conseguindo retardar cada vez mais a progressão do câncer. ..



Pesquisa avalia eficácia de terapias contra Mieloma Múltiplo


Por Karina Toledo


Um estudo multicêntrico realizado por pesquisadores brasileiros mostrou que o uso combinado dos medicamentos talidomida e dexametasona em pacientes com mieloma múltiplo submetidos a transplante autólogo de medula óssea foi mais eficaz para retardar a progressão da doença do que o uso isolado de dexametasona.
Participaram da pesquisa 213 voluntários atendidos em quatro instituições: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.
Após 27 meses de acompanhamento, 30% dos pacientes que receberam dexametasona ainda estavam livres da doença. No grupo que recebeu a combinação de talidomida e dexametasona, o número foi de 64% – mais que o dobro. Os resultados foram publicados no American Journal of Hematology.
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que se desenvolve dentro da medula óssea devido ao crescimento descontrolado dos plasmócitos, células responsáveis pela produção de anticorpos. A doença prejudica a produção de hemácias, causando anemia, e favorece a liberação de substâncias que deixam os ossos frágeis.
“Ainda não existe cura, mas novos tratamentos estão conseguindo retardar cada vez mais a progressão do câncer. O mieloma, hoje, tem a perspectiva de se tornar uma doença crônica”, disse Angelo Maiolino, professor da UFRJ e autor principal do estudo.
O tratamento atualmente considerado como “padrão-ouro”, explica o pesquisador, envolve quimioterapia e drogas antineoplásicas como o bortezomibe, além de transplante autólogo de medula óssea – aquele feito com células do próprio paciente – e uma terapia de manutenção com medicamentos que modulam o sistema imunológico, como corticoides e talidomida.
“Apenas 30% dos pacientes, porém, estão aptos para o transplante – recomendável para pessoas até 65 anos. Os outros 70% precisam ser tratados apenas com medicamentos”, disse Maiolino.
Segundo o pesquisador, na época em que o estudo foi idealizado, há cerca de dez anos, ainda não era comum administrar terapia de manutenção após o transplante. “A talidomida era usada apenas nos casos de recaída da doença. Nosso objetivo era investigar se ela traria benefícios também se usada para retardar o reaparecimento do câncer”, explicou.
Durante o período de realização do projeto, seis outros estudos foram publicados em diversos países avaliando a eficácia da talidomida como terapia de manutenção. “Alguns compararam com outro tipo de corticoide, como a prednisona, outros com interferon, e outros, com placebo. Todos concluíram que a talidomida aumentou a sobrevida livre de progressão da doença”, contou Maiolino.
Além de atuar diretamente nos plasmócitos, impedindo que fiquem aderidos à medula óssea, a droga inibe a formação dos vasos sanguíneos que irrigam as células malignas, que acabam morrendo.
“Graças às novas combinações de medicamentos, foi possível aumentar a mediana de sobrevida livre de progressão da doença de três para oito anos na última década. Parece pouco, mas é um salto considerável quando se trata de câncer”, disse Maiolino.
Na opinião do pesquisador, a tendência para o futuro é que a talidomida seja substituída na terapia de manutenção pela lenalidomida, uma droga da mesma classe, mas de segunda geração e com menos efeitos colaterais.
“Mais cedo ou mais tarde, todos que fazem uso prolongado da talidomida sofrem de neuropatia periférica, uma inflamação nos nervos que limita o uso do medicamento. Como isso não acontece com a lenalidomida, ela pode ser usada por mais tempo. Mas, infelizmente, esse medicamento ainda não está aprovado no Brasil”, ressaltou Maiolino.
Projeto Temático
Além dos quatro centros universitários, a pesquisa coordenada por Maiolino contou com a participação do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e teve apoio financeiro da FAPESP e do CNPq.
“Toda a parte de citogenética, que investigou mutações cromossômicas que permitem determinar o prognóstico do paciente, foi feita com auxílio da FAPESP. O objetivo era saber se possíveis alterações genéticas desfavoráveis estariam influenciando os resultados, mas vimos que isso não ocorreu”, contou Vânia Tietsche de Moraes Hungria, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
O trabalho foi feito no âmbito de um Projeto Temático coordenado por Carmino Antonio de Souza, na Unicamp.
De acordo com Maiolino, o trabalho tem importância simbólica, pois ainda são raros os estudos clínicos realizados totalmente no Brasil sem qualquer patrocínio da indústria farmacêutica. “Hoje, existem vários estudos multicêntricos sobre mieloma em andamento no país, mas vieram de fora e são patrocinados”, disse.

O artigo Thalidomide plus dexamethasone as a maintenance therapy after autologous hematopoietic stem cell transplantation improves progression-free survival in multiple myeloma pode ser lido em:



6 comentários:

  1. Se. Vcs. Receberam. Meu comentário. Me responda. Pelo meu email. Por favor.

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  2. Ola. Tenho. Mieloma. MÚltiplo. A trez. Meses. Fiz o trasnplante. Mas estou com umas dores e. Começou. Uma prisão de ventre muito forte isto e normal. Faz. Parte. Ou tem algp errado

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  3. Meu esposo começou com umas dores à 1 ano atrás,em maio foi para.o UPA para.tratar de.uma pneumonia,em setembro teve uma recaída e retornou ao UPA onde.ficou 4 dias internado,fez uma ressonância ,mas alegaram que era uma.dorlombar,voltou para casa onde deu uma crise insuportável na coluna ,corremos para o Getúlio Vargas,onde permanceu por 27 dias até conseguir uma vaga no Hemorio pra fazer uma biópsia ,e foi comprovado Mieloma múltiplo,,estamos desde outubro,faEndo o tratamento no Hemorio ,con o uso de Talidomida, QT já fez 10 radioterapia, três transfusão , toma uma.bateria de.remedios,além dos que ele toma para diabetes, pressão,colesterol, coração mas.Deus tem sido muito bom,ois tem nos ajudado,amei este blog espero ter.mais informações sobre.o Mieloma ,sobre.o tratamento, alimentação, cuidados e tudo mais ,muito obrigada

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  4. Minha mãe tem mieloma múltiplo faz tratamento já a oito meses mas de vez enquando sangra o nariz porque???

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  5. Permitam-me comentar-lhes que durante todo o tratamento convencional fiz a cada cinco dias autohemoterapia, 10 ml a cada cinco dias. Acredito q isso tenha me ajudado e muito.

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  6. Meu pai foi diagnosticado há 2 anos e meio.
    Não sentiu dores e nem sangrou, apenas fraqueza que com exames iniciais apontou uma anemia bastante elevada.
    Tomou muitos medicamentos durante 1 mês enquanto a médica investigava e a anemia baixava muito pouco até que veio o laudo.
    Começou o tratamento com talidomida e dexametasona, fazia 1 seção de quimioterapia por semana que durou uns 7 meses e com 66 anos fez o transplante autólogo.
    Hoje, 1 ano e meio depois ele faz acompanhamento trimestral e não há o memor indício da doença.
    A parte ruim disso tudo eram os efeitos da talidomida.
    Prejudicou a coordenação motora enquanto usava, muitas vezes tínhamos que andar segurand em sua mão pra evitar que ele desequilibrasse e caísse.
    Isso o deixou muito triste pois sempre fez rudo sozinho e tudo se limitava a ficar em repouso sem nem poder colocar o neto que era bebê no colo.
    Vi ele socar a parede, jogar objetos no chão que ele não conseguia segurar direito e algumas vezes pedia pra morrer porque achava que aquilo tudo já era o fim.
    Hoje ele tá forte, saudável e esbanjando felicidade.
    Não tenho medo que a doença volte, mas me entristece saber que há um medicamento que combate tão bem quanto a talidomida, sem os efeitos colaterais tão pesados mas que por motivos estranhos ainda não é liberado o uso no Brasil.

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