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terça-feira, 22 de maio de 2012

Entendendo o MM


Mieloma Múltiplo (MM)




Consiste em uma neoplasia hematológica de linhagem B madura diferenciada, caracterizada pela hiperproliferação de plasmócitos anômalos com conseqüente infiltração da medula óssea e produção monoclonal de imunoglobulina.

Esta doença tem incidência maior em adultos acima de 60 anos, mais freqüente no sexo masculino e trata-se da segunda neoplasia hematológica de maior prevalência, perfazendo 2% dos cânceres em geral.

A etiologia do MM está relacionada com fatores ambientais e ocupacionais, sendo que a irradiação e a exposição ao benzeno e derivados, tem sido as duas exposições com maior consistência para o desenvolvimento da doença.

Há contudo, várias citações de associações entre MM com pesticidas, cosméticos (tinturas de cabelo), produtos bioquímicos, madeira e doenças autoimunes, mas estes conceitos estão ainda pouco estabelecidos.

Com relação a fisiopatogenia da doença, a origem do plasmócito maligno ainda é desconhecida. Sabe-se contudo, que há uma relação considerável entre o clone plasmocitário mutado e o microambiente medular. Há uma interação entre plasmócito – microambiente que nutre, sobrevive, prolifera, desenvolve instabilidade genética e adquire resistência a múltiplas drogas.

As manifestações clínicas aparecem lentamente  e estão relacionadas aos sistemas ósseo, hematopoiético e renal, à deficiência imunológica e à hipercalcemia.

Com relação ao sistema ósseo, a principal manifestação é a dor óssea, que tende a piora com a movimentação, sendo que a região lombar é a mais acometida.

A anemia é um quadro bastante freqüente, que incide em 2/3 dos pacientes ao diagnóstico, sendo normocítica e normcrômica em 85% dos casos.

Há também um comprometimento renal em que a lesão renal é decorrente da precipitação da imunoglobulina monoclonal precipitada, que se deposita no tecido renal, desorganizando os glomérulos, mesângio e túbulos. A outra causa da lesão renal é a hipercalcemia que provoca nefrite intersticial e diurese osmótica.

O indivíduo com MM tem maior susceptibilidade para infecções e isso ocorre devido a incapacidade da imunoglobulina monoclonal formar anticorpos funcionantes; hipogamaglobulinemia policlonal e disfunção de linfócitos T, de células NK e de monócitos inibidos pela TGF- B secretada pelo plasmócito doente. Os agentes infecciosos mais relacionados são o Streptococcus pnemumoniae  e Haemophilus influenzae.

Os sintomas neurológicos também são freqüentes nos casos de MM, em que fraqueza, perda de movimentos, parestesias e incontinências intestinais e vesicais podem aparecer.

Para se estabelecer um diagnóstico do MM deve-se levar em consideração a associação de critérios resultantes das alterações laboratoriais e imagem óssea. O sistema mais considerado é o do Grupo Internacional de Estudos em Mieloma (IMWG) em que estabelece que dois critérios maiores ou um maior associado a três menores confirma MM.

Dentre os critérios maiores citam-se: plasmocitoma, plasmocitose medular maior que 30%, pico monoclonal: IgG maior 3,5g/dl ou IgA maior que 2g/dl ou cadeias leves Kappa ou lambda maior que 1,0g/dl na urina de 24 horas. Os critérios menores há plasmocitose  na medula óssea entre 10 – 30%, pico monoclonal: IgG menor 3,5g/L, IgA menor 2,0g/dL, lesões ósseas, cálcio maior que 11,5mg/dL, hemoglobina menor que 10g/dL e creatinina maior que 2mg/dL.

Para o tratamento utiliza-se uma terapia de suporte que irá controlar os sintomas relacionados às lesões ósseas (analgesia e inibidores de osteólise), anemia (eritropoetina) e sucetibilidade às infecções (antibioticoticoterapia profilático) e o tratamento específico cujo alvo são os plasmócitos mutados e o microambiente.

Dentre os fármacos usados no tratamento específico do MM, estão a dexametasona, o complexo VAD (vincristina, adriamicina e dexametasona), talidomida e drogas mais novas como o Bortezomibe e a Lenalidomida.

Em suma,o cenário do MM sofreu muitas mudanças no que tange a introdução de novas drogas, sendo que atualmente o que se busca  é o controle da doença, considerando-a uma entidade crônica, que ofereça ao indivíduo melhor qualidade de vida e maiores períodos de sobrevida com qualidade.

Referência Bibliográfica:

BITTENCOURT, Rosane; PYDD, Alberto. Mieloma Múltiplo: panorama geral com enfoque na doença óssea. Revista Atualiza Dor, São Paulo, n.5, p. 23 –27, 2011.

3 comentários:

  1. Obrigada pelo artigo, simples e esclarecedor.
    Boa sorte a todos.
    LR-RJ

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  2. Contém comigo para divulgar o pleito de todos.
    Desejo coragem é fé .
    Maria Zélia Baeta

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  3. GOSTARIA DE ACRESCENTAR QUE HOJE EM DIA, VEMOS CADA VEZ MAIS PESSOAS JOVENS ACOMETIDAS PELA DOENÇA,O DIAGNÓSTICO PRECOCE AUMENTA A CHANCE DE SOBREVIDA E A QUALIDADE DE VIDA DOS PORTADORES.

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