As células que constituem nosso organismo se dividem e
morrem de maneira ordenada, porém quando há alguma alteração no controle das
células, estas passam a se multiplicar de forma desordenada, perdem sua função,
ganham outras, invadem o lugar das células normais e causam o câncer ou
neoplasia.
Abaixo descrevemos os aspectos gerais de doenças neoplásicas
hematológicas (cânceres do sangue):
-Leucemias
Definição e etiologia
As leucemias são cânceres das células do sangue. Essa doença
afeta crianças e adultos e tem como principal característica o acúmulo de
células jovens ou imaturas anormais (blastos) na medula óssea -local de
produção de células do sangue. Esse acúmulo inibe o crescimento e boa
funcionalidade das células normais causando fraqueza e a falta de ar,
resultantes da presença de um número pequeno de glóbulos vermelhos (anemia),
infecção e febre, resultantes de uma quantidade e função inadequada de
leucócitos, e sangramento, resultante de uma quantidade baixa de plaquetas.
As células leucêmicas saem da medula óssea, onde são
produzidas e são liberadas na corrente sangüínea e transportadas até o fígado,
baço, linfonodos ou gânglios, cérebro, rins e órgãos reprodutivos, onde
continuam a crescer e a se dividir. A presença de células leucêmicas no cérebro
pode causar dores de cabeça, vômito e irritabilidade, e, a expansão na medula
óssea, pode causar dores ósseas e articulares.
É uma doença maligna de origem desconhecida, na maioria das
vezes. Alguns fatores estão associados ao desenvolvimento da doença,
como: exposição às radiações por raios ultravioletas do sol, conseqüências da
Bomba que atingiu Hiroshima e acidentes biológicos, como o de Goiânia,
infecções virais e ocorrências de erros genéticos nas células em divisão.
É importante saber que a leucemia não é contagiosa e nem
hereditária (não é transmitida de pai para filho). Muitas pessoas confundem e
pensam que uma leucemia é decorrente de uma forte anemia e isso não é verdade.
As anemias ocorrem por diversas causas e não evoluem para leucemia. Entretanto,
pacientes com leucemia freqüentemente apresentam quadros de anemia devido à
doença e ao tipo de tratamento quimioterápico.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil tem
uma taxa estimada de sete casos para cada 100.000 habitantes por ano.
Classificação das
leucemias:
Existem vários tipos de leucemia, que são denominados de
acordo com a rapidez de sua evolução e do tipo de célula afetada. O objetivo de
classificar o tipo de leucemia é definir o tratamento adequado e o prognóstico
do paciente.
As leucemias são divididas em agudas e crônicas. As
leucemias agudas se instalam rapidamente, em dias ou poucos meses o paciente
apresenta na maioria dos casos: fraqueza, cansaço excessivo, perda de peso,
palidez, sangramentos, anemia e infecções contínuas. As células que
caracterizam a leucemia aguda são chamadas "blastos", por serem
imaturas e se duplicarem rapidamente.
Em crianças, é a neoplasia mais frequente,representando 80%
das leucemias nessa faixa etária,com sobrevida em 5 anos de 79%. Nos adultos,
constitui 15% te todas as leucemias, com sobrevida de 5 anos de cerca de 30%.
As leucemias crônicas se instalam lentamente, os sintomas
não são muito evidentes, muitas vezes o diagnóstico é feito através de um exame
alterado de rotina sem que o paciente tenha percebido qualquer sintoma de
cansaço, fadiga, emagrecimento ou aumento do baço (esplenomegalia),
caracterizando a doença. A doença costuma ser menos agressiva e as complicações
podem levar meses ou anos para ocorrer.
A leucemia também pode ser classificada pelo tipo de célula
que origina a doença. A célula-tronco ou célula-mãe que dará origem às células
sanguíneas, normalmente se diferencia em células linfóides, originando os
linfócitos B e T e em células mielóides, dando origem aos outros glóbulos
brancos (neutrófilos, basófilos, eosinófilos e monócitos), aos eritrócitos ou
glóbulos vermelhos e às plaquetas.Quando há alteração na célula linfóide, a
leucemia é denominada linfóide aguda ou crônica(LLA ou LLC). E quando a
alteração é na célula mielóide, a leucemia é denominada mielóide(LMA ou LMC).
O diagnóstico das leucemias pode ser feito utilizando-se o
esfregaço de sangue periférico e de medula óssea. Através do quadro clínico e
os exames laboratoriais a doença será classificada em um subtipo específico de
leucemia e o paciente terá seu diagnóstico confirmado.
As leucemias são definidas pela clássica classificação FAB
(Grupo Cooperativo Francês, Americano e Britânico), que se baseia nas
características morfológicas - citoquímicas e imunofenotípicas das células
doentes e na classificação da OMS ou WHO (World Health Organization), proposta
em 1997, para as doenças neoplásicas dos tecidos hematopoiético e linfóide.
Essa classificação visa facilitar o progresso no entendimento e tratamento das
neoplasias hematológicas e baseia-se na combinação dos aspectos
citogenéticos/moleculares e clínicos associados aos dados morfológicos e
imunofenotípicos.
Leucemia
Aguda(LLA/LMA): Indicações ao TMO
-LLA de alto risco, em primeira remissão completa( incluido
Citogenética: Cromossomo Philadélphia + e translocações);
-Infiltração leucêmica no testículo e Sistema Nervoso
Central;
-Ausência de resposta completa dentro de 4 semanas do
tratamento inicial;
-Segunda resposta completa em diante.
Leucemia Mielóide
Crônica (LMC):Indicações ao TMO
A leucemia mielóide crônica é causada por um defeito
genético específico-a translocação do cromossomo 9 e 22( cromossomo
philadélphia)- produzindo o BCR-ABL, que interfere na atividade de uma enzima
(tirosino-quinase) das células que se tornam malignas e se proliferam dando
origem a doença. Representa 15% a 20% de todos os casos de leucemia. Pode
ocorrer em qualquer idade. sendo seu pico de incidência entre os 50 e 60 anos.
O transplante continua sendo a única alternativa de
tratamento potencialmente curativo. Entretanto o uso de inibidores de
tirosino-quinase, como o Imatinib, oferece altas taxas de resposta. O TMO
alogênico deve ser considerado nas seguintes situações:1) intolerância à droga;
2) falha de resposta hematológica após 3 meses de tratamento ou resposta
citogenética após 6 a 12 meses com Imatinib;3) progressão dsa doença ou crise
blástica.
-Linfomas de
Hodgkin e não Hodgkin
Os linfomas são cânceres (tumores malignos) do sistema
linfático. Como o sistema sangüíneo, o sistema linfático faz parte do sistema
circulatório, mas o que circula é um líquido conhecido por linfa, em vez de
sangue.
Esse líquido que circula nos vasos linfáticos para todas as
partes do corpo é constituído por um tipo especializado de leucócitos (glóbulos
brancos) denominados linfócitos possuem papel fundamental no sistema
imunológico na defesa contra infecções e doenças.
Os vasos linfáticos passam através dos linfonodos ou
gânglios linfáticos, popularmente conhecidos por "íngua", que contêm
grande quantidade de linfócitos e atuam como um filtro contra bactérias e
vírus, por exemplo. Quando uma parte do corpo fica infeccionada ou inflamada,
os linfonodos mais próximos se tornam dilatados e sensíveis. Isso é o que
acontece, por exemplo, quando uma pessoa com a garganta inflamada desenvolve
"ínguas" no pescoço.
Os gânglios ou ínguas tendem a se aglomerar em grupos,
principalmente nas axilas, no pescoço, virilha e região abdominal. Veja abaixo:
No caso do linfoma, os linfócitos cancerosos podem estar num
único gânglio ou podem disseminar por todo o corpo, para quase todos os órgãos.
Acumulam-se principalmente nas áreas do pescoço, axilas, abdômen e virilha.
Os dois tipos principais de linfoma são o linfoma de Hodgkin
(mais comumente conhecido como doença de Hodgkin) e o linfoma não- Hodgkin. O
linfoma não-Hodgkin apresenta vários subtipos, dentre os quais estão o Linfoma
folicular, Linfoma difuso de grandes células B, Linfoma do Manto, o Linfoma de
Burkitt e a micose fungóide.
O número de casos de linfoma não-Hodgkin é aproximadamente
cinco vezes maior que o de doença de Hodgkin. Essas duas doenças apresentam um
acometimento muito grande de pacientes em idade produtiva (adultos jovens).
O transplante está indicado naqueles pacientes que
apresentam a primeira recaída, ou aqueles em que a resposta completa não foi
alcançada.Para cada tipo de linfoma indica-se uma modalidade terapêutica
específica. Seja através da quimioterapia tradicional, terapia alvo(Rituximab
associado à quimioterapia), transplante autólogo ou alogênico.
TRATAMENTO
O tratamento das leucemias e linfomas acontece em diversas
frentes:
· Quimioterapia (QT): São medicamentos aplicados em geral
por via endovenosa e oral (pelas veias ou tomados por boca) que agem no ciclo
celular impedindo que as células se multipliquem, destruindo as células
doentes. Existem muitos quimioterápicos para cada doença, alguns mais
específicos para determinada doença e outros menos. Todos têm efeitos
desejáveis, que é impedir a progressão do tumor e efeitos colaterais
indesejáveis, que variam muito com o medicamento.
· Radioterapia(RT): Tratamento realizado com auxílio de um
aparelho semelhante ao Raio X, que emite radiação para o local do tumor ou, em
alguns casos, irradiação total corporal. O tratamento é realizado em hospital,
com uma programação de aplicações em dias seqüenciais, variando a quantidade de
dias para cada caso (em geral menos de 30 dias). A aplicação da radioterapia é
rápida, o paciente entra numa sala semelhante à de raioX e é colocado na
posição adequada sobre uma mesa de metal. O aparelho é ligado e por poucos
minutos o paciente fica parado recebendo a irradiação.
· Terapia à base de antibióticos para combate as freqüentes
infecções.
· Transfusões de glóbulos vermelhos e plaquetas enquanto a
medula não recupera a capacidade de produzir e maturar as células do sangue.
· Transplante de Medula Óssea (TMO), em casos de indicação.
-Mieloma Múltiplo
O mieloma múltiplo é um câncer das células da medula óssea
caracterizada pela proliferação de um clone de plasmócitos. Essas células
anormais multiplicam- se,acumulam-se na medula óssea, e produzem uma grande
quantidade de anticorpos (imunoglobulinas) anormais que se acumulam no sangue
ou na urina. Denomina-se "mieloma múltiplo" porque várias partes ou
áreas da medula óssea estão envolvidas, A expansão da doença provoca destruição
óssea e , consequentemente, dor e fraturas. Os tumores de plasmócitos
(plasmocitomas) são mais comuns nos ossos pélvicos, na coluna vertebral, nas
costelas e no crânio.
O mieloma representa 1% de todos os tipos de câncer, mas é o
segundo câncer no sangue mais comum, depois dos linfomas. Esse câncer raro
afeta igualmente homens e mulheres e é comumente observado em indivíduos com
mais de 40 anos de idade. A sua causa é desconhecida, porém parece que algumas
profissões, exposição às substâncias químicas (solventes, agentes de limpeza),
infecções virais e à radiação podem eventualmente causar mieloma em indivíduos
que tenham predisposição.
Freqüentemente, o mieloma múltiplo causa dores ósseas,
especialmente na coluna vertebral ou nas costelas, e enfraquece os ossos, os
quais podem fraturar facilmente. Embora a dor óssea seja geralmente o sintoma
inicial, o distúrbio é ocasionalmente diagnosticado somente após a manifestação
da anemia (uma quantidade demasiadamente pequena de eritrócitos no sangue), de
infecções bacterianas.
Algumas vezes, o mieloma múltiplo é diagnosticado antes do
individuo apresentar qualquer sintoma. Por exemplo, quando uma radiografia
realizada por alguma outra razão revela a presença de áreas perfuradas nos
ossos, as quais são características desse distúrbio podendo até causar fraturas
expostas . Outras vezes, a doença é diagnosticada por um quadro mais avançado
de insuficiência renal.
O hemograma completo pode detectar a presença de anemia e de
eritrócitos anormais. A concentração de cálcio também encontra-se anormalmente
elevada em um terço dos indivíduos com mieloma múltiplo, pois alterações ósseas
acarretam a liberação de cálcio para a corrente sangüínea.
Entretanto, os exames diagnósticos fundamentais são: a
eletroforese, a imunoeletroforese de proteínas séricas e exames de sangue que
detectam e identificam o anticorpo anormal. A eletroforese e a
imunoeletroforese da urina podem detectar a presença de proteínas de Bence
Jones produzidas pelos plasmócitos, que são encontradas em 30 a 40% dos pacientes
com mieloma múltiplo. Freqüentemente, as radiografias revelam perda da
densidade óssea (osteoporose) e áreas perfuradas (líticas) de destruição óssea.
O tratamento visa prevenir ou aliviar os sintomas e as
complicações, destruindo os plasmócitos e retardando a evolução do distúrbio.
Os analgésicos fortes e a radioterapia sobre os ossos afetados podem ajudar a
aliviar as dores ósseas, que podem ser muito intensas.
Para pacientes com determinada faixa etária a indicação do
auto- transplante (transplante autólogo) é bastante freqüente e melhora a
sobrevida. O transplante serve para consolidar o tratamento e pode ser indicado
mais de uma vez.
ESTA DESCRIÇÃO DO MIELOMA ESTÁ MAIS DE ACORDO COM O QUE OCORRE ATUALMENTE,MUDOU A FACHA ETÁRIA DE 60 ANOS P/ 40 ANOS, O QUE LEVARÁ A SE PENSAR EM MIELOMA FAZENDO O DIAGNÓSTICO MAIS PRECOCE, PROLONGANDO A SOBREVIDA COM MAIS QUALIDADE.
ResponderExcluirGente, vcs estão dizendo que não existe cura?
ResponderExcluirGUARULHOS,27 DE MARÇO,2013.
ExcluirMEU MARIDO ADQUIRIU MIELOMA MULTIPLO EM 2008.
TRATOU FEZ TRASPLANTE,SOFREU ABSURDAMENTE,MESMO TENDO TODO AMOR,APOIO DA FAMILIA,E DA EQUIPE MARAVILHOSA DO INSTITUTO DO CANCER DO ESTADO DE S. PAULO.
SOBREVIVEU A DOENÇA 2 ANOS 11 MESES 28 DIAS. TODAS AS PESSOAS AMIGOS QUE CONHECEMOS NESSE PERIODO PORTADORES DE MIELOMA,VOLTARAM TODOS PARA A CASA DO NOSSO PAI QUE É ETERNO QUE É O NOSSO PORTO MAIS QUE SEGURO...COM DOR NO CORAÇÃO ALQUEM QUE SOFRE PQ PERDEU O PRIMEIRO E UNICO AMOR DA SUA VIDA,APOS TER FICADO ITERNADA COM ELE POR 4 MESES E 19 DIAS,SE FOSSE PARA A CURA DELE ESTARIA LA COM ELE ATÉ HOJE.PITOCA.
que feio vcs apagarem o comentario de alguem que ainda sofre,não adianta,bla,bla mieloma multiplo não tem cura no icesp em qutro meses morreram 9 amigos meus!!!e agente sofre pq os orgãos que deveriam nos preparar escondem de nos a verdade sobre a morte certa do nosso familiar,do que vale nossa participação a Abrale etc...
ResponderExcluirpara que comentar se quem realmente passou pela situação voces não respeitam nem um pouco
ResponderExcluirMeu nome é Manuel sou de salvador-ba tenho 35 anos e estou com o câncer do sangue,ja descobri vai fazer 5 meses não iniciou tratamento ainda porque estou aguardando resultados de exames e fazer uma cirurgia na medula para dai iniciar o tratamento adequado,já vi vários comentários mas estou forte e comfiante que vai dá tudo certo porque se não for deus que mim dá minha cura acredito muito na medicina apesar de não ter ouvido muitos resultados com sucessos e nos médicos que mim acompanham. Que seja tudo da vontade de deus.
ResponderExcluir