Mitos e Verdades Sobre o Câncer
Por
que uma pessoa desenvolve um tumor maligno e a outra não? Quais as causas do
câncer? O que existe de verdade e mito sobre esse assunto? Dr. Rodrigo Cunha
Guimarães, oncologista do Núcleo de Hematologia e Terapia Celular, do Hospital
das Clínicas e do Biocor, fala das recentes pesquisas sobre fatores
cancerígenos e também sobre prevenção.
Estima-se
que até 70% dos casos de câncer possam ser evitados. Embora alguns cânceres
possam ter um componente hereditário – principalmente os de mama, intestino
grosso, reto e próstata –, os fatores ambientais e comportamentais apresentam
grande importância no surgimento dos tumores.
A
boa notícia vem do Dr. Rodrigo Cunha Guimarães: “Cultivar bons e simples
hábitos como não fumar; ingerir frutas e legumes; evitar o sol em excesso e
realizar exames preventivos do colo de útero, mama e próstata são atitudes
importantes para diminuir os riscos de desenvolver a doença”.
Dr.
Rodrigo explica que a incidência de cânceres aumentou muito depois da II Guerra
Mundial, com a industrialização, e um dos motivos seria o fato do homem moderno
estar exposto a uma séria de situações e produtos novos ainda não estudados
pela ciência, apesar do grande avanço nas pesquisas. “O futuro deve trazer
muitas respostas”, acredita o oncologista.
Mas
ele alerta: o desenvolvimento ou não do tumor depende de cada pessoa. “Sabemos
que o câncer é causado por alteração no DNA das células, seja por exposição a
fatores ambientais ou por pré- disposições herdadas geneticamente, mas uma
grande parte dos cânceres acontece sem que conheçamos a causa. Como explicar,
por exemplo, que quem nunca fumou tenha um câncer de pulmão ou o aparecimento
da doença em crianças ou adolescentes?”, questiona o médico.
Pílula
anticoncepcional -
Não há qualquer relação com o câncer. Pelo contrário, alguns estudos sugerem
que mulheres que usam pílula anticoncepcional têm risco menor de ter câncer de
ovário.
Reposição
hormonal - Os
estudos mostram que mulheres que usam hormônio por mais de cinco anos têm maior
risco de desenvolver câncer de mama e de endométrio.
Estresse - Não existe comprovação científica
da relação entre estresse e câncer.
Adoçantes - Estudos realizados até o momento
mostram que, para provocar câncer, a pessoa teria que ingerir uma dose diária
de 50 ml durante vários anos, uma quantidade muito alta, que ninguém consome.
Telefone
celular - Não
existe comprovação científica.
Microondas
- Não existe
comprovação científica.
Antitranspirante
- Como o câncer de
mama é muito comum e acomete os gânglios da axila, muita gente associa o uso do
desodorante ao aparecimento do tumor. Não tem nada a ver.
Praias
- A radiação
presente nas praias é muito baixa e não causa absolutamente nenhum risco à
saúde. Se a pessoa “se enterrar” quinze dias na areia, receberá uma dose de
radiação menor que em uma radiografia do tórax.
Radiografias
- Não trazem risco
para o paciente, mas os profissionais que operam os equipamentos devem ficar
atentos.
Tintura
de cabelo - Quem
pinta o cabelo não corre risco, mas quem manuseia freqüentemente corantes
químicos deve ficar atento.
Substâncias
químicas - O
asbesto, utilizado na indústria naval e na construção civil, é um fator de
risco importante.
Tabagismo, o Grande Vilão
Existem
mais de 400 substâncias cancerígenas na fumaça do cigarro. Comprovadamente, o
tabagismo é o maior de todos os vilões quando se fala em câncer. O cigarro provoca
80% dos cânceres de pulmão. Quem fuma também tem mais chances de desenvolver
cânceres de cabeça e pescoço (laringe, faringe e garganta), trato digestivo,
esôfago e pâncreas.
Sol, Outro Inimigo Comprovado
Não
existem dúvidas também de que a exposição à radiação solar (raios
ultravioletas) é fator de risco para o câncer de pele. Como vivemos em um país
tropical, os cuidados devem ser ainda maiores. Mas, aqui, pelo menos, a
situação é menos grave que no caso do cigarro.
Dr.
Rodrigo explica que existem dois tipos de câncer de pele – o mais comum, com
cerca de 95% dos casos, são os basocelulares ou escamocalulares. Quando
detectados no início e operados adequadamente, são curados na totalidade dos
casos. Os outros 5%, os melanomas, apresentam mais gravidade e possibilidade de
evoluir para metástase.
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