Doentes informados
Os
bons médicos vêem o doente oncológico como um parceiro, com quem toma
conjuntamente as decisões sobre o melhor tratamento e o acompanhamento médico
adequado. Quanto mais doentes estiverem informados sobre a sua doença e quanto
mais deste conhecimento partilharem com os médicos, tanto melhor poderão
participar nos processos de decisão clínicos e assumir responsabilidades
relativamente ao tratamento e ao acompanhamento médico. Os médicos sabem que os
autênticos especialistas em matéria do mieloma múltiplos só podem ser os
próprios afetados.
A
seguinte lista de conselhos úteis não pretende ser completa, mas pode ajudá-lo
a manter o controle sobre a sua vida com o mieloma múltiplo:
Tome
notas sobre a sua própria história clínica e a da sua família. Isto inclui, por
exemplo, as seguintes questões:
Que doenças graves existiram? Foram necessárias intervenções cirúrgicas ou
estadias hospitalares?
De que doenças padeço actualmente? Que medicamentos tomo? Existem quaisquer
hipersensibilidades a determinados medicamentos?
Observe meticulosamente as suas queixas (sintomas) e tome continuamente notas
sobre a sua evolução
Também os sintomas aparentemente insignificantes ou "desgostosos"
podem ser importantes
Consultou por causa dos sintomas um (outro) médico; como foram tratadas as
queixas e qual foi o resultado?
Utilize
todos os meios possíveis (conversações com outros afetados, livros, brochuras,
Internet, etc.) para conseguir informações sobre o mieloma múltiplo. Se não
conseguir obter a informação por si mesmo, peça ajuda a outras pessoas.
Arranje também um glossário (dicionário explicativo), onde pode consultar os
termos incompreensíveis
Mantenha uma visão crítica, em especial relativamente a informações procedentes
de fontes duvidosas, e compare as informações entre si
Sempre que possível, consiga obter também informação acerca de estudos clínicos
sobre o mieloma múltiplo e reflita sobre a possibilidade de participar como
doente num desses estudos (vantagens, desvantagens).
Leve todos os documentos e papéis relevantes para a próxima consulta no seu
médico e aponte previamente as perguntas que quer esclarecer com ele
Pergunte a si próprio se gostaria de a seu lado uma pessoa de confiança durante
a sua consulta no médico
Para cada tipo de tratamento possível, pergunte pelas probabilidades, riscos,
efeitos secundários, duração do tratamento, prescrição de medicamentos,
contra-indicações, comportamento em caso de intolerância, por outras
possibilidades de tratamento, por estudos clínicos, se existe a possibilidade
de continuar a esperar e observar em vez de começar um tratamento, bem como por
possibilidades de tratamento concomitante (por ex., assistência psicológica),
gastos que terá que suportar e a possibilidade de reembolso dos gastos
Verifique se recebeu resposta a todas as suas perguntas, solicite uma cópia do
seu relatório médico e tome notas você mesmo ou peça ao seu acompanhante que o
faça por si
Sempre que não tenha entendido algo, peça que o voltem a explicar. Tem o
direito de receber todas as explicações de modo que entenda tudo
Foram discutidas todas as possibilidades de tratamento, o seu possível plano de
tratamento e o procedimento a seguir?
Se não houve tempo suficiente, peça uma entrevista mais extensa num outro
momento (eventualmente, no dia seguinte a uma hora mais propícia)
Solicite material informativo
Pergunte por um grupo de auto-ajuda ou algum centro de informação e de contacto
para doentes com mieloma múltiplo e familiares
Considere em todo o caso a possibilidade de pedir uma segunda opinião médica e
informe o seu médico a este respeito. Para os bons médicos isto não representa
qualquer problema
Deixe que o médico saiba se está satisfeito com a entrevista ou não
Se também na segunda visita tiver a sensação de que não está a ser bem
aconselhado, considere a possibilidade de mudar de médico
Seja realista e não deixe que o
obriguem a seguir um determinado tratamento.
Leve o tempo necessário para tomar a
decisão adequada ao seu caso.
Vou divulgar, o Blog está muito bom, e sempre com novas informações muito importantes.
ResponderExcluirSampaio-RJ
Parabéns! adorei as informações do Dr Jacyr sobre infecções, o nosso grande vilão.
ResponderExcluirO SUCESSO DO TRATAMENTO DEPENDE DE UMA BOA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE,
ResponderExcluirVC PODE PROCURAR UM "PAPA" DA ONCOLOGIA,COM MIL TÍTULOS E NÃO TER EMPATIA.
SEM GOSTAR,SEM PODER CONVERSAR E SEM CONFIAR NO SEU MÉDICO, NENHUM TTMENTO
SERÁ EFICAZ.VC DEVERÁ SAIR DE CADA CONSULTA CONFIANTE NO RESULTADO.
infelizmente, não é assim que funciona, já vi um tratamento em que o paciente ficava feliz quando o médico "uma sumidade" ao menos olhava pra ele! e era a única opção em um hospital universitário aqui no sul.
ResponderExcluirMuito bacana acredito como médico que empatia e compaixão seja a grande diferença...lembrem se compaixão é se ver no lugar do outro...e a medicina precisa disso!!!
ResponderExcluirMuito bacana acredito como médico que empatia e compaixão seja a grande diferença...lembrem se compaixão é se ver no lugar do outro...e a medicina precisa disso!!!
ResponderExcluirMuito obrigado pela participação de vocês.
ResponderExcluir