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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Nas situações mais graves, a esperança recai sobre um determinado procedimento médico: o transplante de medula óssea.


Transplante de medula óssea evolui e gera esperanças



O mau funcionamento da medula óssea e a produção inadequada das células sanguíneas podem resultar em variadas doenças hematológicas. Leucemia, mieloma múltiplo, linfoma e anemia aplástica são algumas delas. Nas situações mais graves, a esperança recai sobre um determinado procedimento médico: o transplante de medula óssea.

A medula óssea ocupa a cavidade dos ossos chatos. Ali são produzidas as células hematopoiéticas, consideradas células-tronco adultas (somáticas) porque possuem a capacidade de se diferenciarem nas demais células sanguíneas. No Brasil, cerca de 2 mil transplantes são realizados por ano. “É um procedimento de risco para o receptor e só é indicado em determinadas circunstâncias”, diz Evandro Fagundes, hematologista do Hospital das Clínicas da UFMG.

O médico explica que há duas modalidades possíveis. No transplante autólogo, a medula transplantada é retirada do próprio paciente quando a doença está controlada. O transplante alogênico utiliza a medula de outra pessoa. Nesse caso, a principal dificuldade está na busca de um doador que tenha compatibilidade com os Antígenos Leucocitários Humanos (HLA). As chances de irmãos de mesmo pai e mesma mãe serem compatíveis são de 25%. Quando não há doadores aparentados, a alternativa é a busca nos bancos de medula óssea, que cadastram o HLA de voluntários. Em 1993, o Ministério da Saúde lançou o Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome), que já é o terceiro maior banco do mundo, com mais de dois milhões de doadores cadastrados, ficando atrás dos Estados Unidos e da Alemanha.

Um avanço dos últimos 5 anos é o crescimento dos bancos públicos de sangue do cordão umbilical e placentário. Eles realizam uma seleção aleatória de recém-nascidos e coletam o material quando autorizados pelos pais. O transplante de medula óssea utilizando esse tipo de sangue tem uma grande vantagem. “As células hematopoiéticas do cordão umbilical são mais imaturas. Por isso, são mais tolerantes em relação a alguma disparidade no HLA e a rejeição é menor”, explica Evandro Fagundes.

Todo o material armazenado nesses bancos públicos é disponibilizado para quem precisar e não apenas para o doador do cordão umbilical. O mesmo pode não acontecer com os bancos privados, o que gera críticas de Evandro Fagundes. “Muitas vezes, a lógica que predomina é a do lucro. Alguns não são bancos que surgem envolvidos por um compromisso social. São oriundos de um interesse econômico próprio e, por vezes, fazem uma exploração publicitária desumana, oferecendo o congelamento do cordão umbilical do bebê como se fosse um seguro de vida”, desaprova o médico.

Anemia Falciforme
Para muitos portadores de anemia falciforme, o transplante de medula óssea é uma esperança que pode se concretizar. O Ministério da Saúde está propenso a autorizar o SUS a realizar o procedimento em determinados casos. Existe um parecer favorável da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO). “Não é uma decisão simples. É uma intervenção de risco que pode levar ao óbito. Mas existem casos onde a necessidade é tão flagrante que não há por que essa decisão demorar”, diz Marcos Borato, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e pesquisador do Núcleo de Ações  e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad).

Marcos Borato: "em alguns casos, a necessidade de transplante para portadores de anemia falciforme é tão flagrante que não há por que a decisão demorar".

O transplante de medula óssea em portadores de anemia falciforme teve origem nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, por enquanto, só é possível realizá-lo através de planos particulares ou de investimentos próprios. O custo varia entre R$60 e R$80 mil.

Na opinião de Marcos Borato, o aspecto racial e econômico pode explicar porque o transplante para portadores de anemia falciforme teve desenvolvimento lento. “Nos anos 90, a Itália se tornou referência no transplante para portadores de talassemia que, assim como a anemia falciforme, é uma doença genética caracterizada pela produção inadequada de células sanguíneas. Mas a talassemia atinge principalmente brancos da região mediterrânea, de classe econômica mais elevada. Já a anemia falciforme tem maior incidência na população negra e pobre, com ascendência africana, embora possa estar presente em pessoas de cor branca, bastando que elas herdem o gene responsável”, explica.

Um pouco de história
Embora a medula óssea seja estudada desde meados do século XX, o primeiro transplante bem sucedido do mundo foi realizado somente em 1968, por uma equipe de médicos da Universidade de Minnesota chefiados por Robert Good. O paciente era então um recém-nascido e portador de SCID – Imunodeficiencia Severa Combinada, doença hereditária.

Antes, já haviam sido realizados experimentos importantes. Em 1959, o oncologista francês George Mathé tratou com infusão de medula óssea trabalhadores de um instituto nuclear expostos acidentalmente a altas doses de radiação. Nenhum deles sobreviveu, mas observou-se a produção de novas células sanguíneas por cerca de um mês.

No Brasil, a instituição pioneira no procedimento foi o Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que realizou a façanha em 1979. Em Minas Gerais, o primeiro transplante de medula óssea foi realizado pelo Hospital das Clínicas da UFMG, em 1995. Desde então, a instituição já contabiliza mais de 720 transplantes.
[Faculdade de Medicina da UFMG]

Um comentário:

  1. MEU TRANSPLANTE AUTÓLOGO FOI RELIZADO NO HC DA UFMG,EM 06/2005, PELA EQUIPE DO DR. EVANDRO FAGUNDES (HEMATOLÓGICA) COM 100% DE SUCESSO.

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